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Vamos falar sobre câncer ou não?



POR QUE NEM TODOS OS PACIENTES REVELAM QUE TÊM A DOENÇA, MESMO PARA AMIGOS E FAMILIARES? E POR QUE NEM TODOS OS FAMILIARES FALAM PARA O PRÓPRIO PACIENTE QUE ELE TEM A DOENÇA?


HÁ PACIENTES QUE NÃO CONTAM QUE ESTÃO COM A DOENÇA NEM PARA PARENTES PRÓXIMOS, COMO PAIS E FILHOS.

Receber o diagnóstico de câncer não é nada fácil. É comum imaginar o que os próximos duros meses reservam, as dificuldades do tratamento e a vida saudável sendo afetada. Mas há uma outra questão que traz medo: o que os outros vão pensar e sentir ao saberem que o câncer está na vida de alguém tão próximo? A partir dessa dúvida, muitos pacientes optam, portanto, por não contar a todo mundo que estão com a doença. Outros preferem esconder o fato até dos mais próximos, como filhos, irmãos ou pais. E há ainda um outro caso, o de familiares que ficam sabendo antes do próprio paciente (como no caso de acompanhantes de idosos e crianças) e que preferem privá-los de saber toda a verdade. Mas quais as implicações disso? Há certo e errado? O que a ética médica diz a respeito? E de que forma o médico pode (ou não) interferir? Todas essas perguntas foram feitas para dois especialistas, que esclarecem aqui tudo o que é preciso saber sobre contar do diagnóstico de câncer – ou não.

 

QUESTÃO ÉTICA: O PACIENTE TEM QUE SABER

Dr. Henrique Grunspun, médico clínico e presidente da Comissão de Bioética do Hospital Israelita Albert Einstein, diz que um dos princípios fundamentais na bioética é o da autonomia do paciente. "O paciente tem o direito de ser informado precisamente sobre o seu diagnóstico, de conhecer o tratamento proposto e de participar das decisões sobre esse tratamento em suas diversas etapas." Segundo o médico, a melhor opção é sempre falar a verdade, mesmo porque ao não falar a verdade você está tirando o direito do paciente de fazer suas escolhas e tomar suas decisões.

Mas há, obviamente, a maneira certa de comunicar um diagnóstico grave, que difere dependendo da situação. "Essa é sempre uma situação delicada, que exige sensibilidade do médico. Muitas vezes o paciente está transtornado e não tem condições de absorver as informações necessárias. Então é preciso aguardar o momento certo, para que a pessoa possa receber e processar a informação de maneira adequada."

 

E QUANDO O PACIENTE NÃO QUER SABER?

Sim, isso acontece. Às vezes o próprio paciente não quer saber. "Não me diga se for algo grave" e "eu não quero saber se for me preocupar" são frases já ouvidas pelos médicos. O Dr. Henrique explica o que deve ser feito: "Eticamente, o paciente tem direito de não querer saber, e o médico precisa respeitar. O nosso objetivo deve ser fazer o melhor para o paciente, e isso inclui atender a pedidos como esse". Ele conta que já viu casos em que o paciente fez um tratamento longo sem querer saber com detalhes o que tinha, e isso foi respeitado por toda a equipe médica.

Outro ponto importante (e polêmico) lembrado pelo Dr. Henrique: "O paciente tem também o direito de recusar tratamentos, mesmo que isso implique em risco para sua vida". É uma via de mão dupla, diz ele, em que o médico tem o dever de informar e respeitar a autonomia do paciente, e o paciente tem o direito de ser informado e ter sua autonomia respeitada.

 

EU SEI QUE TENHO CÂNCER E QUERO ME TRATAR. MAS SEM QUE NINGUÉM SAIBA

Também acontece. E a decisão precisa ser igualmente respeitada pelo médico. Isso porque outro princípio básico que rege a relação médico-paciente é o da confidencialidade. "Nem sempre o paciente quer que seu diagnóstico seja divulgado, mesmo entre os familiares próximos, e isso deve ser respeitado, pois o médico é obrigado pelo Código de Ética Médica a guardar sigilo profissional sobre as informações e diagnósticos do paciente. Ainda que isso inclua mentir para os familiares deste, se for o solicitado."

Os motivos, segundo o Dr. Henrique, são variados. "Muitas vezes o paciente tem medo de ser discriminado devido ao seu diagnóstico, ou há um vago temor de que ele possa ser abandonado por um ente querido, ou não quer que sintam pena. Acho importante o médico querer entender esses motivos, mas sem questionar a decisão do paciente, porque o diagnóstico pertence a ele – e somente a ele."

E esse sigilo, vale dizer, deve ser seguido por toda a equipe, incluindo enfermeiros e outros profissionais que lidarem com os acompanhantes daquele paciente durante o tratamento. "Se um médico ou enfermeiro, por exemplo, durante um procedimento, deixar escapar para um parente uma informação que o paciente pediu que fosse guardada, ele pode inclusive abrir um processo contra essa pessoa que contou, por quebra de confidencialidade médica.

 

O SEGREDO NÃO PREJUDICA O TRATAMENTO?

"Em termos do tratamento, sabemos que quanto mais apoio o paciente receber melhor é. Mas ainda assim não podemos interferir na sua decisão", diz o Dr. Henrique. Maria da Glória Gonçalves Gimenes, psicóloga especializada em psico-oncologia, tem opinião semelhante. "Do meu ponto de vista, a omissão da informação nunca é positiva. Não que seja obrigatório falar para todos, sair espalhando. Mas acho importante contar para as pessoas mais próximas e significativas, para poder ter os apoios necessários durante o tratamento."

Muitas vezes, aliás, quando a situação lá na frente aperta, o paciente pode se arrepender de não ter contado, e ter que desfazer a mentira. "Aí entra a importância do apoio psicológico para o paciente, para que ele seja auxiliado a tomar as melhores decisões para si e para seu tratamento." E isso deve ser estendido aos familiares, diz Maria da Glória, para que junto ao paciente todos possam desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis para lidar com a doença e seus tratamentos.

 

HÁ PARENTES  QUE NÃO CONTAM QUE O PRÓPRIO PACIENTE TEM CÂNCER. E HÁ OUTROS QUE NÃO QUEREM SABER QUE TÊM A DOENÇA

IDOSOS E CRIANÇAS: UM CASO À PARTE

Todas as informações acima valem para os pacientes capacitados. Mas quando quem decide são os pais (no caso de crianças) ou os filhos (no caso de idosos), a situação fica ainda mais delicada. "Muitas vezes os familiares evitam expor o diagnóstico achando que estão protegendo o paciente. Mas isso pode não funcionar bem. Se o paciente tem um diagnóstico grave, que exige intervenções de risco, vai acabar com a sensação de que estão escondendo coisas e mentindo para ele, o que gera um ambiente de desconfiança que traz sofrimento por si só", afirma o Dr. Henrique Grunspun. Há casos, inclusive, em que o próprio médico acaba cedendo à pressão dos familiares e escondendo o diagnóstico de pacientes que teriam condições de aceitar ao menos parte do todo.

Isso acontece mais frequentemente com idosos, devido ao que o Dr. Henrique aponta como um "paternalismo exagerado, comum em países como o Brasil, mas inaceitável lá fora." E também é uma atitude passível de ser processada, caso o paciente descubra que o médico estava ocultando informações dele. "A um idoso pode, por exemplo, ser dito que é uma doença que exige tratamento constante, porém que esses tratamentos têm sido considerados bastante eficientes para controlá-la etc. Ainda que não compreenda o todo, o paciente tem direito de saber o que se passa, para poder cooperar e participar das decisões de seu próprio tratamento", diz a psicóloga Maria da Glória.

Já nos casos em que há um conflito familiar, ou seja, uns querem falar a verdade e outros não, o ideal, segundo ela, é contar com a participação do médico. "Ele pode orientar a família e explicar que contar a verdade para o paciente significa respeitá-lo e acreditar que ele tem condições de enfrentar a doença." E o mesmo vale para crianças: "É importante que se fale claramente sobre o câncer, respeitando a fase de desenvolvimento e compreensão da criança e esclarecendo que é uma doença controlável. Além disso, as rotinas dela devem ser preservadas, apesar do esquema dos diferentes tratamentos", afirma a psicóloga.

Para o Dr. Henrique, é importante explicar aos pais que a mentira, ainda que pareça uma proteção, não é solução. "Como se pode não falar o que a criança tem, ou dizer que 'não é nada', e depois submetê-la a procedimentos pesados e doloridos? Não há como a equipe não agir como sendo grave, e aí a criança perceberá que todos, inclusive seus pais, estão mentindo para ela." O melhor, portanto, é sentir até que ponto aquele paciente tem capacidade de compreender, chegar num meio termo e, com amor, cuidado e muito carinho, falar a verdade, e estar junto dele nessa luta.

Créditos: Revista ABRALE: http://www.abrale.org.br

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