Imagem Sobre racismo, expressão artística e música.
Emicida é um dos grandes artistas nacionais da atualidade. Letras inteligentes defendem com cabeça erguida, como ele mesmo afirma (veja o vídeo abaixo) pontos de vistas marginalizados. Racismo, segregação, violência. Ele sofreu na pelé a dureza de ser negro no país da suposta democracia racial.
Mas aí vem um grupo de artistas baianos que estava apagado, quase morto e consegue holofotes depois de anunciar uma música para o Carnaval totalmente contrária à luta travada entre a valorização do biotipo negro e o racismo velado.
A música é a "Cabelo de Chapinha" de Escandurras, Fagner e Gileno, cantada por Bell Marques, ex-Chiclete com Banana.
Ô mainha, mas eu só gosto do cabelo de chapinha, mainha
Ô tá liso, tá lisinho. Tá liso, tá lisinho
Tá liso, tá lisinho. Tá liso, tá lisinho
Há gosto pra tudo, mas não dá para tratar este tipo de música como não música. Eu sempre declarei abertamente minha posição com relação à liberdade de expressão: acredito no mercado de ideias aberto e ainda que pareça "violento". As pessoas têm direito de expressar a sua posição, independente de agradar a fulano ou desagradar cicrano. Não dá pra banir uma música por ela ser "supostamente desagradável".
A questão é que a expressão é um valor essencial para uma democracia que se preze, agrade ou desagrade o seu conteúdo. Se existe quem escreva "imbecilidades", existe quem escreva coisas inteligentes e são esses os que devem ter atenção. Mas o o que impede que outras pessoas prefiram os "supostamente imbecis"? Não têm elas o direito de escolher o que ouvir? O que é atrativo "esteticamente" para ela?
A polêmica gerada aqui na Bahia em torno da música é um retrato de nosso fraco poder de recuperação e de luta por emancipação e direitos. A gente prefere focar no inimigo, usando a tática da desmoralização, diminuindo o valor que ele tem e se esquece de produzir coisas melhores.
Eu não quero um mundo em que o Chiclete com Banana, Bell Marques ou Luiz Caldas sejam banidos do mundo da música, esculachados e destroçados como se não tivessem valor (eles têm valor, talvez um valor infinitamente menor no mercado de ideias [Luiz Caldas conseguiu inclusive se reinventar]).
Eu prefiro um mundo com mais Emicidas, mais Racionais, mais Criolos, mas nunca um mundo de uma voz só.
Aceito (e adoro) opiniões contrárias =]
Mas aí vem um grupo de artistas baianos que estava apagado, quase morto e consegue holofotes depois de anunciar uma música para o Carnaval totalmente contrária à luta travada entre a valorização do biotipo negro e o racismo velado.
A música é a "Cabelo de Chapinha" de Escandurras, Fagner e Gileno, cantada por Bell Marques, ex-Chiclete com Banana.
Ô mainha, mas eu só gosto do cabelo de chapinha, mainha
Ô tá liso, tá lisinho. Tá liso, tá lisinho
Tá liso, tá lisinho. Tá liso, tá lisinho
Há gosto pra tudo, mas não dá para tratar este tipo de música como não música. Eu sempre declarei abertamente minha posição com relação à liberdade de expressão: acredito no mercado de ideias aberto e ainda que pareça "violento". As pessoas têm direito de expressar a sua posição, independente de agradar a fulano ou desagradar cicrano. Não dá pra banir uma música por ela ser "supostamente desagradável".
A questão é que a expressão é um valor essencial para uma democracia que se preze, agrade ou desagrade o seu conteúdo. Se existe quem escreva "imbecilidades", existe quem escreva coisas inteligentes e são esses os que devem ter atenção. Mas o o que impede que outras pessoas prefiram os "supostamente imbecis"? Não têm elas o direito de escolher o que ouvir? O que é atrativo "esteticamente" para ela?
A polêmica gerada aqui na Bahia em torno da música é um retrato de nosso fraco poder de recuperação e de luta por emancipação e direitos. A gente prefere focar no inimigo, usando a tática da desmoralização, diminuindo o valor que ele tem e se esquece de produzir coisas melhores.
Eu não quero um mundo em que o Chiclete com Banana, Bell Marques ou Luiz Caldas sejam banidos do mundo da música, esculachados e destroçados como se não tivessem valor (eles têm valor, talvez um valor infinitamente menor no mercado de ideias [Luiz Caldas conseguiu inclusive se reinventar]).
Eu prefiro um mundo com mais Emicidas, mais Racionais, mais Criolos, mas nunca um mundo de uma voz só.
Aceito (e adoro) opiniões contrárias =]
Por - Matheus Galvão
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