O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira que é contra a redução da maioridade penal e que acha difícil que o tema avance no Congresso Nacional. "Esse debate vira e mexe volta. E nós já temos uma população carcerária que é uma das maiores do mundo e em condições absolutamente impróprias", afirmou, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Ao comentar sobre repercussão do assassinato do jovem Victor Hugo Deppman, cometido por um menor que completou 18 anos dias após o crime, e que fez o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), levar ao Congresso um projeto de lei para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e tornar mais rígidas as punições a menores infratores, Haddad afirmou que o caso tem que ser amplamente analisado. "Isso tudo é um bom debate. Mas, uma coisa é este caso que precisa ser analisado para saber se a legislação é compatível com a segurança da sociedade, outra coisa é a redução da maioridade penal", disse, ressaltando que "sente" que o tema "não vai prosperar no Congresso".
Questionado pela Rádio Bandeirantes sobre pesquisas que apontam que a população paulistana tem se mostrado amplamente a favor da redução da maioridade penal, Haddad preferiu minimizar a polêmica. "Quando se faz uma pergunta como essa para população em um momento de comoção, a tendência natural é aprovar a redução da maioridade e até a pena capital", avaliou. "Com o debate, a população começa a ver que o caminho não é esse", completou. "Eu sou contra", disse.
Segundo o prefeito, não adianta ''invocar os indicadores sociais'' e simplificar o debate. "Há vários estudos que mostram que a desigualdade social gera muito mais violência que a pobreza", afirmou. Para Haddad, é preciso olhar com mais cautela para a juventude e gerar mais oportunidades.
Fonte: CARLA ARAÚJO - Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário